domingo, 19 de fevereiro de 2012

Crença

Cá em Minas Gerais, domingo é dia Missa.
Todo mundo separa aquela roupinha mais nova,
As mulheres vaidosas passam o dia com bobes no cabelo
E andam ligeiro nos afazeres da casa,
Que é pra não chegarem atrasadas.
Na porta da igreja sempre tem uma prosinha boa;
É um “cumpadi” que há muito não se via,
Ou a “cumadi” que cortou o cabelo,
E a conversa sossegada espera o padre chegar.
Começa a missa e o povo todo canta junto,
Bate palma e levanta as mãos num gesto bem natural.
Na hora da paz o abraço é de praxe,
É paz de verdade que um deseja pro outro.
Quando a missa termina todo mundo quer falar com o padre,
E este por sua vez sabe o nome de cada um,
E aceita convite pra comer frango noutro dia.
Cá nesse pedacinho de mundo, escondido detrás da serra,
É a fé que sustenta o povo.
Das mãos calejadas do cabo da enxada,
Até o queijo com rapadura de dona Maria,
É Deus que ajuda.

(Wendel Valadares)

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